Desde sempre, a literatura tem sido uma ferramenta poderosa para a conscientização e mudança social. Dois exemplos recentes disso são os livros “O Ódio que Você Semeia” e “O Favorito”, que lidam com questões importantes como racismo, violência policial e justiça social. Ambos nos mostram a importância de entender e atacar as raízes desses problemas, e nos convidam a refletir sobre o papel que cada um de nós desempenha nesse contexto.

Em “O Ódio que Você Semeia”, da autora Angie Thomas, a narrativa acompanha a história de Starr, uma jovem negra que presencia o assassinato de seu amigo de infância, Khalil, por um policial branco. Esse evento desencadeia uma série de mudanças profundas em sua vida, e obriga a personagem a confrontar suas próprias origens, seu lugar no mundo e os estereótipos que cercam sua comunidade. O livro nos faz refletir sobre o racismo estrutural e as consequências irreparáveis da violência policial, mas também sobre a resistência, o ativismo e a força coletiva que são fundamentais na luta por justiça.

Já em “O Favorito”, escrito por Kiera Cass, a temática envolve um contexto distópico no qual o reino de Illea é governado por um sistema de castas – ou seja, as pessoas são divididas em grupos socioeconômicos desde o nascimento, sem a possibilidade de ascender a um grupo superior. A protagonista, America Singer, vive na casta 5 e é selecionada para participar de uma competição que tem como prêmio a oportunidade de se casar com o príncipe herdeiro, pertencente à caste 1. A partir de então, ela se vê obrigada a lidar com todo tipo de preconceito e julgamento das outras candidatas, e precisa enfrentar a pressão das expectativas alheias para encontrar seu lugar. Essa obra literária é uma reflexão sobre a desigualdade social e as limitações impostas pelo sistema de castas, que ainda é uma realidade em muitos lugares do mundo.

Muito embora as duas obras possuam enredos distintos, elas têm um ponto em comum: a importância de desenvolver a empatia e a compaixão em nossas relações interpessoais. Ao entender a experiência alheia, podemos nos colocar no lugar daqueles que são marginalizados, e lutar por uma sociedade mais justa e igualitária. É preciso ir além dos nossos próprios privilégios e reconhecer as desigualdades que afetam as vidas das outras pessoas, e contribuir com essa luta através de atitudes concretas.

Portanto, deixamos aqui a reflexão sobre como O Ódio que Você Semeia e O Favorito podem nos inspirar a ser mais empáticos e compreensivos com a realidade que nos cerca, e de que modo essas obras podem contribuir para o diálogo sobre as questões sociais contemporâneas. Para combater o racismo, a desigualdade social e outras formas de opressão étnica e social, é necessária a união e a luta coletiva de pessoas de diferentes origens, e essa união começa com a empatia, o respeito e a tolerância.